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Com estradas bloqueadas, frutas chegam pelo mar em Salvador
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A paralisação dos caminhoneiros faz com que um dos mais tradicionais centros de compras de Salvador, a Feira de São Joaquim, passasse o dia com boxes fechados e com poucas opções de frutas e legumes a disposição dos clientes.
O vaivém e o burburinho de vendedores e clientes deram lugar a galpões esvaziados. No setor de hortifruti da feira, a maioria dos boxes sequer abriu nesta terça-feira (23) por falta de produtos.
A BR-324, principal via de acesso a Salvador, foi bloqueada pelos manifestantes e produtos vindos do interior não chegaram à Ceasa, principal central de abastecimento que atende à região metropolitana.
Sem oferta, os preços das frutas e legumes aumentaram. O preço da saca de cebola subiu de R$ 60 para R$ 80 e da batata de R$ 60 para R$ 110.
“Não está chegando nenhum carregamento, nenhum caminhão conseguiu chegar. O que ainda tenho para vender chegou anteontem [segunda]”, diz o vendedor Manuel da Silva, 70, entre caixas de repolho que já começavam a estragar.
Seu colega do boxe ao lado, Braulino Santos, tentou ir até a Ceasa buscar mais legumes, mas desistiu por causa do congestionamento causado pelos protestos.
Vendedores que compram produtos do recôncavo baiano deram mais sorte: a produção chega pelo mar, atravessando a baía de Todos-os-Santos e não foi afetada pela greve.
Com 40 anos de trabalho na feira, Roque Epifânio, 72, se viu praticamente sozinho no galpão onde trabalha. Mas só a disposição dos clientes tinha bananas, que vieram da cidade de Nazaré das Farinhas e chegaram em barcos na capital baiana.
COMBUSTÍVEL
No interior do estado, manifestantes fazem protestos em 17 trechos de rodovias com oito trechos fechados integral ou parcialmente, segundo a Polícia Rodoviária Federal.
Foram bloqueadas trechos da BR-101, em Alagoinhas e Gandu, BR-116 em Feira de Santana, BR-401 em Senhor do Bonfim e Capim Grosso; BR-242 em Barreiras e Luís Eduardo Magalhães e BR-020 em Luís Eduardo Magalhães.
Em cidades do sudoeste baiano, como Vitória da Conquista e da região da Chapada Diamantina, como Jacobina, motoristas fizeram filas em postos de combustível para abastecer os carros diante da baixa oferta de gasolina.
Em Vitória da Conquista, a rede de postos São Jorge, com seis unidades na cidade, reservou o restante do combustível em estoque para abastecer ambulâncias, viaturas da polícia e do corpo de bombeiros. Com informações da Folhapress.